Num canto negro, solto palavras ao vento e deixo-as fluir na sua imensidão nocturna.
Profiro cada palavra como de um murmúrio se tratasse.
Uma reza oculta para mim, apenas para mim.
Um pedido feito para me tranquilizar e para a minha alma clarear.
Num negro areal, solto palavras ao mar.
A sua essência se entranha em mim, seu aroma perfumado deixa-me completamente desnorteado.
Despejo no mar tudo o que me vai nesta negra alma, quero-a purificada.
Navego nos ventos das emoções e vejo a lua entregar-se ao mar.
Toco os mistérios no amanhecer, entre os anjos e os céus.
Já vi muita coisa na vida: sonhos tornarem-se reais, mas nunca eu vi nada assim.
Quando os teus olhos, olham para mim.
Sou apenas uma alma negra que se quer perder e deliciar nesse teu doce olhar de mel, onde mora a alegria e a felicidade.
Invejo-te…
Queria que fosses o meu destino, o meu presente, a minha felicidade e o meu tão esperado porto seguro.
Sonhar…
A palavra que reina em mim, pois além disso nada mais terei e aí continuo nesta densa escuridão que me cerca, que me rodeia.
O mesmo escuro que me impede o meu regresso…
Para um feliz e doce amor…
Alma Negra…